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O Fardo da Profissão

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Ser analista é um ser muito profundo. É uma decisão recheada de sabores e isolamentos, de tristezas, lágrimas, compreensão da dor do outro, e de pouquíssimo reconhecimento e gratidão. Não podemos através dela sublimar qualquer desejo de sermos melhores do que ninguém, não são os nossos conceitos que devem ser respeitados no setting , quem deve brilhar e se erguer sob os holofotes da vida é o paciente. Somos como Diógenes, o Cínico, carregamos uma lanterna sob a forte luz do dia, moramos em um barril escuro e estamos constantemente a procurar um homem honesto, não um homem apenas, mas o homem honesto que mora dentro de cada um de nós, precisamos encará-lo para saber da sua omissão ou do seu exacerbado controle. Olhamos para o sofrimento psíquico do outro com olhos mais profundos, e não há como desligar esse olhar. Ele foca e desconcerta, as pessoas vão se desmontando em nossa frente e cada vez mais se tornam menos enigmáticas, não conseguem perceber a quantidade de ações que realiza